Saneamento Ambiental (N. 061 do Painel de Blogs do Professor Paim) - Jornal O Porta-Voz

sábado, 31 de maio de 2008

Falta de esgoto atinge 34,5 milhões em áreas urbanas do país

O acesso a serviços de saneamento avançou entre os anos de 2001 e 2006, mas a falta de coleta de esgoto ainda atinge 34,5 milhões de pessoas nas áreas urbanas do Brasil -quase 27% dos moradores. Os dados são de uma análise divulgada hoje pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Segundo o estudo, 73,2% dos moradores das cidades têm acesso simultâneo aos serviços de saneamento (água, esgoto e coleta de resíduos), um aumento de 3,2 pontos percentuais na cobertura de 2001 a 2006.
Evolução de domicílios urbanos sem saneamento básico adequado (2001-2006)

* -7,3% na região Norte
* -5,2% na região Nordeste
* -3,2% na região Sudeste
* -6,5% na região Sul
* -2,1% na região Centro-Oeste

Ipea/Disoc a partir de IBGE

O serviço de água canalizada é eficiente para 91% e a coleta de lixo beneficia 97,1% dos moradores urbanos.

Os números sobre saneamento e habitação foram retirados de dados da Pnad-2006 e elaborados por pesquisadores do Ipea.

A oferta de saneamento considerado adequado avançou mais nas regiões Norte e Nordeste, além da região Sul. Mas o Ipea ainda constata dados preocupantes de desigualdade entre as regiões: a proporção da população urbana que não conta com esses serviços sanitários é 6 vezes maior no Norte e mais de 4 vezes superior no Nordeste do que no Sudeste.

Outra constatação do estudo é que os serviços simultâneos de água, esgoto e coleta de resíduos avançaram mais entre a população negra do que entre a população branca entre 2001 e 2006. Mas os brancos ainda têm oferta quase 2 vezes superior se comparado com os negros.

Habitação
O grande adensamento nas cidades continua sendo o principal problema de habitação. Segundo o Ipea, 13,2 milhões de pessoas vivem em unidades superlotadas -o que significa mais de 3 pessoas por dormitório.
Evolução da proporção de residentes em domicílios urbanos com adensamento excessivo (2001-2006)

* - 4,2 na região Norte
* - 2,4 na região Nordeste
* - 2,9 na região Sudeste
* - 1,5 na região Sul
* - 3,4 na região Centro-Oeste

Ipea/Disoc a partir de IBGE

A concentração habitacional recuou mais no Norte e no Centro-Oeste. Mas, comparados à região Sul, o Norte e o Nordeste ainda têm uma proporção 2 e 3 vezes maior da população urbana em moradias superlotadas, respectivamente.

O número de pessoas que gastam mais de 30% de sua renda com aluguel é de 5,1 milhões, concentrados principalmente em metrópoles do Sudeste e do Centro-Oeste.

Avaliação
A expectativa do governo é alcançar em quatro anos a meta estipulada pela ONU (Organização das Nações Unidas): reduzir à metade a proporção da população sem acesso permanente a água potável e esgotamento sanitário até 2015.

A pesquisadora do Ipea Maria da Piedade acredita que se o avanço da cobertura de esgoto continuar no mesmo ritmo dos últimos anos, a meta deve ser alcançada em seis anos. Isso considerando o acesso dos moradores urbanos a rede geral ou fossa séptica. Entretanto, se o acesso depender apenas da instalação de rede geral, o serviço pode levar até três décadas para se regularizar.

Da Redação
Em São Paulo

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Água e Saneamento

11 de Junho de 2004

Falta de saneamento é responsável por 68% das internações nos hospitais públicos
A falta de saneamento básico além de prejudicar a saúde da população, eleva os gastos da saúde com o tratamento às vítimas de doenças causadas pela falta de abastecimento de água adequado, sistema de tratamento de esgoto e coleta de lixo. Segundo estudo da Coordenação de Pós graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 68% das internações nos hospitais públicos são decorrentes de doenças provocadas por água contaminada.

O professor Paulo Canedo, coordenador do levantamento, informa que o Ministério da Saúde gasta R$ 250 milhões por mês para atender a estes casos. De acordo com ele, 40 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e somente 6 por cento do esgoto produzido é tratado. Estes números, segundo Canedo, deixam o Brasil com um dos piores indicadores da América Latina

Para o professor, investir em saneamento é economizar dinheiro público. “Há uma afirmativa clássica de que cada dólar gasto em saneamento provoca uma economia de U$ 4 a U$ 5 para os governos” e quando aprofundamos o estudo confirmamos essa máxima , informa o pesquisador. Paulo Canedo disse ainda que o setor de saneamento brasileiro não necessita somente de investimento. “É preciso organizar e modernizar o setor, além de estruturar um plano de revitalização das empresas de saneamento", alerta. Para ele, não existe um planejamento de longo prazo para o setor de saneamento. O professor estima que o País teria de investir R$ 180 bilhões para poder melhorar a situação do saneamento básico, garantindo para toda a população água, tratamento de esgoto e coleta de lixo.

O governo federal já liberou para obras de saneamento R$ 2,1 bilhões, recursos provenientes do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Esse dinheiro será usado no setor de saneamento de 300 municípios de 15 estados. A previsão do governo é assegurar para o setor neste ano R$ 4, 6 bilhões, diz o secretário nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, Abelardo Oliveira Filho.

O tratamento de esgoto sanitário é o serviço de saneamento básico mais deficiente no Brasil. Segundo o IBGE, mais da metade dos 5 mil 507 municípios brasileiros existentes em 2000 não dispunha do serviço. O secretário nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, Abelardo Oliveira Filho, informou que poucos recursos foram aplicados nos últimos 8 anos em obras para garantir serviços de abastecimento de água, rede de tratamento de esgoto, drenagem das águas da chuva, e coleta de lixo.

A preocupação do governo, de acordo com o Secretário, é garantir que esse dinheiro seja bem utilizado. Nós constatamos que o pouco dinheiro destinado ao setor não foi bem aplicado. “São estações de tratamento sem rede coletora, quilômetros de tubulação que vão do nada para lugar nenhum” exemplifica o secretário. Abelardo Oliveira Filho destacou ainda a importância da participação da população na fiscalização destes gastos. . Ele informou que o Ministério das Cidades criou o Conselho Nacional das Cidades para aumentar a participação da sociedade na definição das políticas públicas, da fiscalização e do controle dos gastos, além de acompanhar a execução das obras.

(Fonte: Agência Brasil)
 
Saneamento Ambiental (N. 061 do Painel de Blogs do Professor Paim) - Jornal O Porta-Voz: maio 2008

Saneamento Ambiental (N. 061 do Painel de Blogs do Professor Paim) - Jornal O Porta-Voz

sábado, 31 de maio de 2008

Falta de esgoto atinge 34,5 milhões em áreas urbanas do país

O acesso a serviços de saneamento avançou entre os anos de 2001 e 2006, mas a falta de coleta de esgoto ainda atinge 34,5 milhões de pessoas nas áreas urbanas do Brasil -quase 27% dos moradores. Os dados são de uma análise divulgada hoje pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Segundo o estudo, 73,2% dos moradores das cidades têm acesso simultâneo aos serviços de saneamento (água, esgoto e coleta de resíduos), um aumento de 3,2 pontos percentuais na cobertura de 2001 a 2006.
Evolução de domicílios urbanos sem saneamento básico adequado (2001-2006)

* -7,3% na região Norte
* -5,2% na região Nordeste
* -3,2% na região Sudeste
* -6,5% na região Sul
* -2,1% na região Centro-Oeste

Ipea/Disoc a partir de IBGE

O serviço de água canalizada é eficiente para 91% e a coleta de lixo beneficia 97,1% dos moradores urbanos.

Os números sobre saneamento e habitação foram retirados de dados da Pnad-2006 e elaborados por pesquisadores do Ipea.

A oferta de saneamento considerado adequado avançou mais nas regiões Norte e Nordeste, além da região Sul. Mas o Ipea ainda constata dados preocupantes de desigualdade entre as regiões: a proporção da população urbana que não conta com esses serviços sanitários é 6 vezes maior no Norte e mais de 4 vezes superior no Nordeste do que no Sudeste.

Outra constatação do estudo é que os serviços simultâneos de água, esgoto e coleta de resíduos avançaram mais entre a população negra do que entre a população branca entre 2001 e 2006. Mas os brancos ainda têm oferta quase 2 vezes superior se comparado com os negros.

Habitação
O grande adensamento nas cidades continua sendo o principal problema de habitação. Segundo o Ipea, 13,2 milhões de pessoas vivem em unidades superlotadas -o que significa mais de 3 pessoas por dormitório.
Evolução da proporção de residentes em domicílios urbanos com adensamento excessivo (2001-2006)

* - 4,2 na região Norte
* - 2,4 na região Nordeste
* - 2,9 na região Sudeste
* - 1,5 na região Sul
* - 3,4 na região Centro-Oeste

Ipea/Disoc a partir de IBGE

A concentração habitacional recuou mais no Norte e no Centro-Oeste. Mas, comparados à região Sul, o Norte e o Nordeste ainda têm uma proporção 2 e 3 vezes maior da população urbana em moradias superlotadas, respectivamente.

O número de pessoas que gastam mais de 30% de sua renda com aluguel é de 5,1 milhões, concentrados principalmente em metrópoles do Sudeste e do Centro-Oeste.

Avaliação
A expectativa do governo é alcançar em quatro anos a meta estipulada pela ONU (Organização das Nações Unidas): reduzir à metade a proporção da população sem acesso permanente a água potável e esgotamento sanitário até 2015.

A pesquisadora do Ipea Maria da Piedade acredita que se o avanço da cobertura de esgoto continuar no mesmo ritmo dos últimos anos, a meta deve ser alcançada em seis anos. Isso considerando o acesso dos moradores urbanos a rede geral ou fossa séptica. Entretanto, se o acesso depender apenas da instalação de rede geral, o serviço pode levar até três décadas para se regularizar.

Da Redação
Em São Paulo

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Água e Saneamento

11 de Junho de 2004

Falta de saneamento é responsável por 68% das internações nos hospitais públicos
A falta de saneamento básico além de prejudicar a saúde da população, eleva os gastos da saúde com o tratamento às vítimas de doenças causadas pela falta de abastecimento de água adequado, sistema de tratamento de esgoto e coleta de lixo. Segundo estudo da Coordenação de Pós graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 68% das internações nos hospitais públicos são decorrentes de doenças provocadas por água contaminada.

O professor Paulo Canedo, coordenador do levantamento, informa que o Ministério da Saúde gasta R$ 250 milhões por mês para atender a estes casos. De acordo com ele, 40 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e somente 6 por cento do esgoto produzido é tratado. Estes números, segundo Canedo, deixam o Brasil com um dos piores indicadores da América Latina

Para o professor, investir em saneamento é economizar dinheiro público. “Há uma afirmativa clássica de que cada dólar gasto em saneamento provoca uma economia de U$ 4 a U$ 5 para os governos” e quando aprofundamos o estudo confirmamos essa máxima , informa o pesquisador. Paulo Canedo disse ainda que o setor de saneamento brasileiro não necessita somente de investimento. “É preciso organizar e modernizar o setor, além de estruturar um plano de revitalização das empresas de saneamento", alerta. Para ele, não existe um planejamento de longo prazo para o setor de saneamento. O professor estima que o País teria de investir R$ 180 bilhões para poder melhorar a situação do saneamento básico, garantindo para toda a população água, tratamento de esgoto e coleta de lixo.

O governo federal já liberou para obras de saneamento R$ 2,1 bilhões, recursos provenientes do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Esse dinheiro será usado no setor de saneamento de 300 municípios de 15 estados. A previsão do governo é assegurar para o setor neste ano R$ 4, 6 bilhões, diz o secretário nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, Abelardo Oliveira Filho.

O tratamento de esgoto sanitário é o serviço de saneamento básico mais deficiente no Brasil. Segundo o IBGE, mais da metade dos 5 mil 507 municípios brasileiros existentes em 2000 não dispunha do serviço. O secretário nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, Abelardo Oliveira Filho, informou que poucos recursos foram aplicados nos últimos 8 anos em obras para garantir serviços de abastecimento de água, rede de tratamento de esgoto, drenagem das águas da chuva, e coleta de lixo.

A preocupação do governo, de acordo com o Secretário, é garantir que esse dinheiro seja bem utilizado. Nós constatamos que o pouco dinheiro destinado ao setor não foi bem aplicado. “São estações de tratamento sem rede coletora, quilômetros de tubulação que vão do nada para lugar nenhum” exemplifica o secretário. Abelardo Oliveira Filho destacou ainda a importância da participação da população na fiscalização destes gastos. . Ele informou que o Ministério das Cidades criou o Conselho Nacional das Cidades para aumentar a participação da sociedade na definição das políticas públicas, da fiscalização e do controle dos gastos, além de acompanhar a execução das obras.

(Fonte: Agência Brasil)