Falta de esgoto atinge 34,5 milhões em áreas urbanas do país
Evolução de domicílios urbanos sem saneamento básico adequado (2001-2006)
* -7,3% na região Norte
* -5,2% na região Nordeste
* -3,2% na região Sudeste
* -6,5% na região Sul
* -2,1% na região Centro-Oeste
Ipea/Disoc a partir de IBGE
O serviço de água canalizada é eficiente para 91% e a coleta de lixo beneficia 97,1% dos moradores urbanos.
Os números sobre saneamento e habitação foram retirados de dados da Pnad-2006 e elaborados por pesquisadores do Ipea.
A oferta de saneamento considerado adequado avançou mais nas regiões Norte e Nordeste, além da região Sul. Mas o Ipea ainda constata dados preocupantes de desigualdade entre as regiões: a proporção da população urbana que não conta com esses serviços sanitários é 6 vezes maior no Norte e mais de 4 vezes superior no Nordeste do que no Sudeste.
Outra constatação do estudo é que os serviços simultâneos de água, esgoto e coleta de resíduos avançaram mais entre a população negra do que entre a população branca entre 2001 e 2006. Mas os brancos ainda têm oferta quase 2 vezes superior se comparado com os negros.
Habitação
O grande adensamento nas cidades continua sendo o principal problema de habitação. Segundo o Ipea, 13,2 milhões de pessoas vivem em unidades superlotadas -o que significa mais de 3 pessoas por dormitório.
Evolução da proporção de residentes em domicílios urbanos com adensamento excessivo (2001-2006)
* - 4,2 na região Norte
* - 2,4 na região Nordeste
* - 2,9 na região Sudeste
* - 1,5 na região Sul
* - 3,4 na região Centro-Oeste
Ipea/Disoc a partir de IBGE
A concentração habitacional recuou mais no Norte e no Centro-Oeste. Mas, comparados à região Sul, o Norte e o Nordeste ainda têm uma proporção 2 e 3 vezes maior da população urbana em moradias superlotadas, respectivamente.
O número de pessoas que gastam mais de 30% de sua renda com aluguel é de 5,1 milhões, concentrados principalmente em metrópoles do Sudeste e do Centro-Oeste.
Avaliação
A expectativa do governo é alcançar em quatro anos a meta estipulada pela ONU (Organização das Nações Unidas): reduzir à metade a proporção da população sem acesso permanente a água potável e esgotamento sanitário até 2015.
A pesquisadora do Ipea Maria da Piedade acredita que se o avanço da cobertura de esgoto continuar no mesmo ritmo dos últimos anos, a meta deve ser alcançada em seis anos. Isso considerando o acesso dos moradores urbanos a rede geral ou fossa séptica. Entretanto, se o acesso depender apenas da instalação de rede geral, o serviço pode levar até três décadas para se regularizar.
Da Redação
Em São Paulo